Transtorno de Ansiedade Social passa a ser melhor compreendido e tratado clinicamente
Em tempos de mídias e redes sociais, o anonimato se tornou uma arma para muitas pessoas, que se utilizam dessa “máscara” para dar suas opiniões mais controversas ou atacar quem quer que seja, sem motivo específico ou baseado em seus preconceitos.
Entretanto, esse disfarce que elas podem dar aos usuários escancarou outro problema, que poderia ser visto de outra forma sem a internet e ainda era tratado com menos ênfase até poucos anos atrás. Com a facilidade de poder falar sem ser, de fato, visto, a fobia social passou a ser mais notada.
Também conhecida como Transtorno de Ansiedade Social (TAS), ela é caracterizada pelo medo que o indivíduo sente e apresenta ao lidar com situações sociais, de qualquer espécie. Frequentemente confundida com timidez, ela, muitas vezes, não é percebida por falta de informação. Em tempos sem redes sociais, as pessoas que sofriam com esse problema passavam a ficar cada vez mais fechadas em casa, enclausuradas pela própria mente e sem grandes chances de escapatória.
Portanto, como aponta o psicólogo Jair Soares, “Apesar dos desafios que a internet nos trouxe, é inegável que as informações passaram a ser mais democráticas. Por esse motivo, e pela facilidade de ficar longos períodos em casa, interagindo com outras pessoas, quando o portador desse transtorno se vê obrigado a passar por situações sociais, é mais fácil notar todos os sintomas e identificar qual foi a causa. É importante, também, saber que alguém pode ter alguns dos sintomas, mas não ser diagnosticado, exatamente, com ansiedade social. Por isso, é necessário que um profissional identifique esse problema, ao receber a queixa do paciente”.
Os problemas que causam a fobia social não podem ser completamente catalogados, por depender das situações, ambientes e personalidade de cada um. Porém, alguns traços podem ser vistos como fatores em comum, como o medo acentuado e persistente de situações sociais ou de desempenho, a constante busca pela fuga dessas experiências, uma baixa tolerância a avaliações ou um grande sofrimento ao passar por elas e o prejuízo significativo nas relações interpessoais, amorosas ou profissionais.
Quando esses motivos convergem, é grande a possibilidade de que crises venham a acometer a pessoa. Nesse momento, a dor e o sofrimento tendem a ser muitos parecidos com as crises de pânico, mas com os gatilhos sendo diferentes. Os sintomas passam a ser de sudorese, palpitação, respiração acelerada, sensação de calor repentino e ruborização do rosto. Se não tratada, ela pode desencadear em outras crises de ansiedade e depressão, pela sensação de isolamento iminente.
Estando em maior ou menor grau, o TAS pode ser tratado e a cura atingida, a depender do tratamento. Nesse sentido, a Terapia de Reprocessamento Generativo (TRG) aparece como uma forma de lidar com a situação de forma mais direta, rápida e eficaz, tendo como objetivo final resolução do problema, para que ele não retorne e o paciente não se veja obrigado a retomar um tratamento que acreditava ter solucionado.
Em resposta à falta de efetividade dos tratamentos convencionais, a TRG traz diferentes perspectivas teóricas e práticas, bem como protocolos inovadores que já se mostram eficazes em casos nos quais as abordagens tradicionais não obtiveram sucesso.
Um de seus aspectos mais importantes é o fato de ser centrada mais no ser humano, o que faz com que muitas pessoas busquem essa terapia com o sentimento de que serão mais ouvidas e melhor atendidas, de um jeito mais pessoal e informal. “A grande diferença que o paciente nota ao ser tratado pela Terapia de Reprocessamento Generativo é o vetor das falas. Normalmente, nas terapias convencionais, a pessoa entra no consultório, senta, começa a falar de seus problemas e fica fazendo todo o trabalho, enquanto o psicólogo o deixa falar mais e mais, sem resposta, obrigando o paciente a fazer tudo sozinho. Enquanto isso, o terapeuta de TRG estabelece o uso de protocolos que visam reprocessar os acontecimentos de toda a vida do paciente, buscando as causas que muitas vezes não são lembradas ou percebidas pelo mesmo. Dessa forma, este indivíduo continuará a lembrar de tudo aquilo que ocorreu de negativo em sua vida mas, ao rememorar esses fatos, não mais haverá sofrimento”, como explica Jair Soares, o criador da TRG.
Atualmente, a terapia criada pelo psicólogo é aplicada em cerca de 800.000 sessões por mês no mundo todo, adotando-se um enfoque holístico, considerando a interação complexa entre fatores biológicos, psicológicos e ambientais na manifestação dos problemas que o indivíduo apresenta.
Para os casos de Ansiedade Social, seus resultados podem ser benéficos, visto que o terapeuta aplicará os protocolos e a causa que levou o indivíduo a ter este comportamento não terá mais consequências no momento presente. Além disso, táticas e abordagens serão tratadas com o objetivo de curar a sensação de medo e insegurança que o transtorno traz. O sentimento de ser constantemente avaliado negativamente e julgado por todos em volta será diminuído aos poucos, até que esteja fora de questão na mente do paciente.