Cuidados com o Tendão de Aquiles evitam inflamações e lesões, quando bem feitos
Por mais que uma pessoa possa ser acostumada com exercícios, mesmo sendo amadora, os perigos de ter uma lesão estão presentes. Apesar de fortalecer o corpo, alguns movimentos podem exigir demais e causar complicações que trazem a necessidade de exames, pausas e cuidados redobrados.
Mesmo sendo o mais forte do corpo humano, o Tendão de Aquiles ainda está sujeito a traumas que tragam lesões mais sérias e complicadas, como sua ruptura. Portanto, é importante ter noção de quais movimentos podem ser feitos, e como.
Ligado ao tornozelo, sua principal função é a de sustentar uma pessoa, sendo responsável por movimentos como o salto, a corrida e a marcha. Ele também é relacionado à postura, estando conectado ao osso do calcanhar e à panturrilha.
Por tamanha importância e quantidade de funções, é comum que um tendão que não esteja fortalecido apresente inflamações no decorrer do tempo. A esse fenômeno, é dado o nome de “tendinopatia”, que pode ser causado, também, por seu encurtamento, decorrido do uso frequente de sapatos com salto, que levantam o tornozelo e inflamam a região.
Segundo o Dr. Tiago Baumfeld, cirurgião e especialista em pé e tornozelo, “O correto é que a pessoa movimente o tendão de modo a aliviar as tensões causadas pelo dia a dia ou por exercícios de mais impacto. Por sempre ser exigido, qualquer falta de preparação do local pode causar dores e dificuldades na movimentação. Para que isso seja, de fato, evitado, é aconselhável que se faça os exercícios excêntricos”.
Essa modalidade de exercícios demanda mais da musculatura, realizando a contração, ao mesmo tempo em que os pontos entre sua origem e sua inserção aumentam, ou seja no momento em que ela está ‘aumentando’ de tamanho. No caso da panturrilha, isso pode acontecer no momento em que estamos na ponta dos pés e iniciamos a descida em direção ao solo.
Uma das formas de se fazer o exercício excêntrico é subindo em um degrau, apoiando o pé em sua ponta. Após isso, usando o próprio peso, o calcanhar deve ser abaixado de forma devagar, até o máximo que o corpo permitir. Manter-se nessa posição entre 40 segundos e um minuto terminam o exercício, deixando uma das pernas longe do solo e realizando a troca de lados, para deixar ainda mais fortalecido. O uso de pesos é permitido, contanto que seja compatível com os limites do corpo.
Para que o exercício traga algum efeito, é necessário que o tempo mínimo de sua repetição seja de 90 dias consecutivos. Por mais que o tempo pareça extenso, essa constância será a responsável pela melhora no sentimento de dor causado pela inflamação.
“Também é importante frisar que os cuidados com o Tendão de Aquiles não servem apenas para tratar ou evitar a inflamação. Caso não seja devidamente cuidada, ou algum trauma seja mais forte do que habitual, a pessoa corre o risco de ter problemas maiores e mais complexos, como a ruptura dessa parte do corpo, o que impede até mesmo uma movimentação simples. Mesmo que a pessoa esteja com as atividades físicas em dia, essa lesão pode acometer qualquer um, inclusive atletas profissionais”, complementa Baumfeld. Na grande maioria das vezes, o rompimento do Tendão de Aquiles acarreta na perda da temporada, por mais que ocorra em seu início.
Para casos prévios à ruptura, o tratamento, quando os exercícios não surtem efeito, é pela terapia por ondas de choque, que pode ajudar a melhorar os pacientes refratários ou que desejam melhorar mais rápido. Sua eficácia é de cerca de 90%, com melhora da dor em 60% dos casos, em média, e dura por seis meses, além de não ser invasivo, sendo feito no consultório médico.