Cristina Boner lamenta morte de Luiza Trajano, fundadora do Magazine Luiza
No último dia 12, segunda-feira, a empresária responsável pela criação do, hoje emporio, Magazine Luiza, faleceu, aos 97 anos de idade, em Franca, cidade onde começou tudo.
A precursora da grande varejista começou sua trajetória aos 31 anos de idade, adquirindo sua primeira loja de presentes, de nome “A Cristaleira”, que mais tarde mudou de nome e foi o ponto inicial da empresa que é conhecida atualmente.
Tendo passado seus primeiros anos profissionais como vendedora, Luiza Trajano Donato gastou suas economias no movimento que gerou a Magazine Luiza, mas não teria para quem passar seu legado, por não ter herdeiros diretos. Nesse momento, a empresária escolheu sua sobrinha, Luiza Helena Trajano, para que desse continuidade ao que havia feito.
Com o tempo, a loja, que pertencia ao ramo de eletrodomésticos e móveis, evoluiu para a empresa de capital aberto que é conhecida pelo público. A Cristaleira, varejo onde tudo se iniciou mesmo antes de mudar de nome, serve de marco inicial e os valores deixados por sua fundadora permanecem na forma como os negócios são tocados por sua sobrinha.
Por sua importância e legado, a varejista gozava de grande prestígio por parte de outros empresários, principalmente as mulheres, que a viam como grande exemplo. Uma dessas empresárias que a via como espelho, Cristina Boner, usou do exemplo de Luiza Trajano para começar sua própria caminhada, ao apostar suas economias para a abertura de sua primeira empresa.
Sobre a influência e a importância da varejista, Boner ressalta que “Talvez, sem uma parte da estrada pavimentada pela Luiza, não só eu, como diversas outras empresárias teriam dificuldades de enfrentar a maneira como o mundo dos negócios enxerga a mulher. É possível que, sem ela, muitas das empresas e cases de sucesso pudessem sequer existir. A perda de uma pessoa como ela deve e será sentida por todos os que entendem sua importância. A história de como fiz loucuras para ter capital para a abertura da minha empresa, e de como consegui impressionar Bill Gates, poderia ser completamente diferente, caso, mesmo antes de eu nascer, Luiza Trajano não tivesse a coragem de crescer profissionalmente e apostar em seu sonho”.
Em nota, a Magazine Luiza lamentou a morte de sua fundadora, a qual chamou de “tia”, pelo laço com a atual encarregada das operações da empresa, e reafirmou a importância de seu legado, principalmente na forma em que os negócios são tratados, bem como em outras áreas comportamentais dentro da varejista.
“A Luiza era diferente em tudo. Só o fato dela ter colocado seu nome em sua primeira loja graças ao resultado de uma votação popular, feita por rádio, com seus clientes, já mostra como ela se destacava na multidão, mesmo com o marido tendo participado do início de tudo, junto dela. A Lu (Luiza Helena, mandatária atual das empresas) é conhecida assim e teve esse nome em homenagem à sua tia, pelo que ela mesma conta na biografia que possui. Isso é impressionante, além de mostrar a força e influência que a tia tinha. O que as empresárias podem sentir, em memória da Luiza Donato, é um profundo respeito e desejo de repetir seus feitos gigantescos para as mulheres”, complementa Cristina Boner.