15/01/2024

Caso de estelionato em Belém ressalta a importância da perícia documentoscópica

Por falta de conhecimento, ou por inocência, muitos idosos viram alvos de golpes que visam extorquir seus direitos a fundos ou empréstimos. Usando de táticas mais modernas, e desconhecidas por quem não conviveu desde sempre com isso, os golpistas conseguem ludibriar suas vítimas e lucrar com fraudes e falsificações.

 

Em Belém - PA, uma quadrilha aproveitou essa oportunidade para cometer estelionato e falsificação de documentos para realizar transferências bancárias. De acordo com a polícia, ao serem abordados, foram encontrados cartões e documentos de identidade e benefícios previdenciários falsos.

 

Os criminosos iam até uma agência bancária e desbloqueavam contas, recolhiam cartões e realizavam transações financeiras. O caso foi descoberto pela polícia, porém, para os próximos passos legais, será necessário a análise dos documentos por parte de um profissional especializado, que poderá identificar eventuais fraudes existentes, e poderá auxiliar o trabalho do juiz, fazendo com que o processo ande mais rápido.

 

De acordo com o Dr. Gleibe Pretti, professor e especialista da Jus Expert, “O papel do Perito é agilizar o andamento dos processos e da justiça em si. Nesse caso em específico, a investigação da polícia já fez uma boa parte do trabalho, ao identificar os motivos pelos quais os documentos eram utilizados e descobrirem o perfil das vítimas. Agora, o parecer do perito será para ratificar ou não o que foi denunciado. Se forem encontradas as alterações, caberá ao juiz realizar os próximos passos legais”.

 

A área de trabalho desse profissional é a Perícia Documentoscópica, responsável pela averiguação de documentos com a suspeita de adulterações. Dentro dela, existem categorias específicas que estudam formas diferentes de fraude, como a grafotécnica, que analisa os traços de textos feitos a mão e assinaturas. O seu objetivo principal é identificar se aquela assinatura foi feita pela própria pessoa.

 

Contrariamente ao senso comum, para se tornar um perito documentoscópico não é necessário ter graduação em direito. Após um curso especializado, o candidato pode se inscrever nos Tribunais de Justiça para atuar nos casos necessários.

 

Porém, como Pretti explica, “Claro que escolher uma boa escola para o curso fará total diferença, mas basta que, após a conclusão do curso, o pretendente se inscreva nos Tribunais de Justiça e aguarde o sorteio de sua nomeação para os processos que dele necessitarem. Infelizmente, o senso comum dita que um advogado seria o melhor profissional para trabalhar nas áreas judiciais. De fato, ele é qualificado para a maioria dos cargos que envolvem os processos, porém, a função do perito não depende de legislações. Sua função é estudar o documento ou a assinatura e ver se eles são autênticos ou não, e as complicações que uma falsificação acarreta dependem exclusivamente do juiz do caso”.

 

É vital aumentar a conscientização sobre as fraudes contra idosos e a importância da perícia documentoscópica. A sociedade precisa estar alerta para proteger seus membros mais vulneráveis e valorizar os profissionais que desempenham um papel crucial na justiça.


Legenda: Documentos falsos movimentam golpe de estelionato
Créditos: Reprodução/Internet