Ataques aos 3 Poderes afetam o mercado financeiro como um todo, segundo Luciano Bravo, especialista em investimentos internacionais
O Brasil viu, no último domingo (8), uma das maiores barbáries já vistas em nosso país, quando um grupo de extremistas, em sua maioria vestindo as cores do Brasil, invadiu a Praça dos Três Poderes, em Brasília, depredando uma boa parte do patrimônio histórico e cultural presentes nos prédios do Supremo Tribunal Federal, Congresso Nacional e o Palácio do Planalto, residência oficial do Presidente da República.
De acordo com Luciano Bravo, especialista em captação de investimentos internacionais e CEO da Inteligência Comercial, o "sinal" que isso passa aos investidores, é péssimo. Isso porque, segundo ele, o investidor fica um pouco mais cauteloso, esperando que o mercado tenha um melhor posicionamento.
Isto restou bastante claro com a abertura dos trabalhos da Bolsa brasileira (B3) no dia seguinte aos ataques: de acordo com o especialista, o exterior positivo, muito provavelmente, não será suficiente para gerar otimismo nos ativos domésticos, já evidenciado também pela queda do principal fundo de índice (ETF, em inglês) brasileiro negociado em Nova Iorque, o EWZ, que caiu cerca de 2% no pré-mercado.
"Neste atual cenário, é possível especular que a percepção de risco seja um pouco mais elevada aos olhos dos investidores, com impactos diretos na Bolsa e em outros ativos financeiros. No entanto, a rápida resposta do Governo Federal está sendo fundamental para a retomada da confiança dos investidores no Brasil, principalmente os internacionais.", pondera o especialista Luciano Bravo, também Country Manager da Savel Capital Partners.
De acordo com analistas políticos, o presidente Lula tem um "alvo" nas costas desde o dia em que venceu as eleições, ainda em 2022, fazendo com que todos os olhares estejam totalmente voltados às suas atuações enquanto chefe do Executivo. Portanto, a rápida decisão de investigar e punir os atos cometidos no atentado aos 3 Poderes, acaba por elevar um pouco a confiança no atual governo que, mesmo com toda a especulação negativa, recupera para si um pouco da credibilidade e seriedade esperada por uma nação.
"Basicamente, aos olhos não somente de investidores, mas de todo mundo, um Chefe de Estado sem 'pulso firme', que deixa toda e qualquer ação de vandalismo acontecer no país e não tem capacidade de contê-la, também não tem capacidade de manter, entre outras coisas, a nossa economia em equilíbrio. E os investidores, principalmente os estrangeiros, percebem isso. Por isso, a rápida resposta do Governo é algo positivo para o mercado, já que mostra um governo capaz de conter crises e, consequentemente, toda a possível volatilidade que possamos enfrentar", finaliza Luciano Bravo.
O que resta, no entanto, é a dúvida que ainda paira sob todos: se o governo conseguirá, de fato, conter essas ações. Enquanto ainda houver essa incerteza, permanecerá também, por consequência, todo o 'estresse' e volatilidade do mercado financeiro nacional.